Igreja o lugar de fazer discípulo

O conceito de Igreja tem sido bastante maltratado, hoje. Muitas pessoas têm visto a igreja por uma ótica hedonista, em que ela existe para tornar os homens felizes em busca dos prazeres como o bem maior. E até mesmo seus cultos são planejados de tal maneira que as pessoas devem sair satisfeitas das reuniões. Isto é feito para atender esta sociedade hedonista uma sociedade de consumo que adora comprar novidades e coisas boas. Todos ficam felizes após a reunião. Ouviram coisas boas e tiveram seu ego massageado. Um supermercado espiritual: ‘compre o que você quiser. Nossa finalidade é atender às suas necessidades’ (que não são tão necessárias assim).
Hoje temos uma igreja que pesquisa junto ao público para saber o que o público espera dela, para então oferecer o produto.
Infelizmente há quem venda o Evangelho como que vende creme dental ou sabonete. Tudo isto é um equívoco lamentável. Uma desfiguração do Evangelho e da Igreja de Jesus “.
O Primeiro a edificar a Igreja foi nosso grande mestre Jesus Cristo, em tudo o Senhor Jesus é exemplo para nós. Ele mesmo liderou um pequeno grupo com 12 homens, ensinando-os e passando com eles a maior parte do tempo de seu ministério terreno. 
Os doze não aprendiam na base da teoria, experimentavam na prática as lições do dia a dia, (Mr3.13-19).
Eles eram pessoas com diferenças marcantes (. 16-19). Não tinha treinamento teológico. Eram pescadores, coletores de impostos, homens comuns:
Tiago e João foram chamados de “filhos do trovão” por ser temperamentais e de gênio explosivo.
Pedro era um homem impulsivo e temperamental.
André um homem tímido, analítico e calado.
Simão e Judas Iscariotes são tidos como zelotes, homens do punhal, guerrilheiros.
Mateus era um cobrador de impostos, funcionário a serviço da estrutura dominante. 
 Pedro e André homens modestos.  
Tiago e João, homens ricos, filhos de Zebedeu.
Quando comparamos as listas dos 12 apóstolos entre si (Mc. 3:13-19; Mt10:2-4; Lc. 6:14-16; At. 1:13). Vemos que eles dependiam uns dos outros para levar a obra adiante (Mc. 6:7). Somente seria possível manter a unidade se eles permanecessem em Cristo (v. 13-14). Precisamos aprender a crescer com as nossas diferenças.
É preciso unidade para levar a obra adiante.
Temos ter cuidado, o reino de Deus não precisa de evangélicos e sim de discípulos, infelizmente, é possível viver na Igreja e nunca ser transformado, como Judas Iscariotes.
As palavras discípulo e fazer discípulos têm sua idéia original, como a raiz do grego indica, na prática da antigüidade dos povos do oriente, de um aprendiz seguir seu mestre e seu ensino.
Jesus tinha como meta que seus discípulos reproduzissem outros discípulos, e assim expandissem sua obra, (João 15:16).

Na palavra de Deus encontramos várias referências deste relacionamento:

• Os discípulos de Moisés (João 9:28)
• Os discípulos dos profetas (2 Reis 4:1,38)
• Discípulos dos levitas-músicos (1 Crônicas 25:8)
• Discípulos de João Batista (Mateus 9:14)
• Os Discípulos dos fariseus (Lucas 5:33)
• Discípulos de Jesus, tendo como primeira referência, dentre muitas outras, (Mateus 5:1)
• Os Discípulos de Paulo (Atos 9:25)

Muitas outras pessoas foram alcançadas, já no pentecoste havia cerca de 120 pessoas que foram cheios do poder de Deus que a cada dia foi multiplicando.
Isto dá início a uma Igreja que se reunia no lares e gozava da comunhão do primeiro amor, do poder do Espírito Santo e da compaixão pelas almas perdidas.

Hoje, mas do que nunca sentimos a necessidade de nos reunir nos templos junto com a igreja de Cristo que é um grupo de pessoas que se reúne para experimentar o amor de Deus na comunhão com os irmãos, procurando sempre elevar o nível espiritual e alcançar outras pessoas para Cristo.

Onde se reunia a Igreja de Cristo?

A Igreja primitiva começou com dois tipos de reuniões: reuniões nas casas e reuniões no templo (At 2.42).

No Templo. Naquela época só tinha o templo judeu que não era um local próprio para receber as pessoas. Somente o sumo sacerdote podia entrar em sua parte mais interior uma vez por ano.
Na realidade os cristãos se reuniam no pátio do templo, não dentro do templo. Não havia outro local em Jerusalém que comportasse tantas pessoas. Lá era um local público e assim facilitava a reunião dos irmãos para a oração, edificação e pregação do evangelho.

Nas casas.  Como não tinham um templo próprio para suas reuniões, à igreja primitiva começou desde o início a reunir-se nas casas (At 12.12; Rm 16.3-5; Cl 4.15).  O que veio a se tornar uma grande estratégia de crescimento para a Igreja no período da perseguição.
Alguns anos antes de sua destruição pelo império romano no ano 70 Jerusalém contava com cerca de 50% de sua população convertida, depois da destruição de Roma na Judéia já havia cerca de 90% de cristãos. Antes do final do primeiro século praticamente todo o mundo conhecido já tinha ouvido o evangelho.
A igreja primitiva cresceu tão depressa porque os crentes cheios do Espírito Santo evangelizavam sem parar, (At.2.41,47At.4.4; 6.7; 8.4).
Convém lembrar que os meios de comunicação e locomoção eram muito precários quando comparados com os atuais. Também não existiam seminários teológicos, aprendia-se na prática do dia a dia, o barulho era extremamente controlado, nem mesmo contavam com o Novo-Testamento.
Hoje nós temos toda a tecnologia ao nosso favor e devemos usá-los com sabedoria enquanto podemos.

O crescimento da Igreja

Uma vez que a lei bíblica da semeadura implica em colheita, (Ec 11.1; Sl 126.6; II Co 9.10; Gl 6.7). Podemos atribuir como um dos pontos para o crescimento da igreja como uma consequência direta da evangelização (At 5.11-14).
Se não há colheita, é porque não houve semeadura ou foi feita de modo errado. Se esta lei for negligenciada a tendência a princípio é a obra estagnar-se. Grandes trabalhos do passado são hoje apenas pequenas igrejas porque faltou a visão correta do crescimento, a continuação da semeadura.
Uma grande colheita dependerá, antes de tudo, da quantidade de sementes plantadas. Mas o bom lavrador deverá, também, conhecer todas as técnicas capazes de produzir o maior resultado possível da semeadura, que jamais poderá ser aleatoriamente.
Outro fator importante é a proporcionalidade ao tamanho da terra. Se o lavrador possui uma grande área a semeadura terá que ser do tamanho da área.
O crescimento se dá verticalmente. Antes de partir para qualquer ação evangelística, a igreja deve crescer na comunhão para com Deus, (I Co 1.7).
O crescimento se dá horizontalmente. O mesmo autor acima citado identifica este crescimento como de natureza horizontal e o propósito é realçar a importância da unidade da igreja para a realização de um trabalho evangelístico produtivo.  

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