Apontamento modulo Livros históricos (aula livro de Ester pagina 151)

A autoria do livro de Ester

     
    Alguns atribui a Esdras, a Neemias, ou Mordecai. Várias opiniões são abraçadas e suportadas A preponderância das autoridades é a favor do último.
A Meguilá
     
     A história de Ester é relatada num livro da Bíblia, e aparece inscrita num rolo separado, a Meguilá, cuja leitura faz parte do cerimonial religioso de Purim. 

Ester

     A judia, que, tendo se tornado esposa do rei da Pérsia utilizou sua influência real para efetuar a libertação memorável para a Igreja perseguida de Deus. 
   O nome hebreu original dela era Hadasa (2:7), mas provavelmente começou a ser conhecida como Ester mo tempo de seu casamento com o Asuero.
     Hadasa, em hebreu significa "mirto, planta murta".
     Ester é um nome persa que significa "estrela".
    Mardoqueu, que tinha adotado como filha a sua prima Hadasa, pôde lhe haver dado o nome persa de Ester quando lhe ordenou que não desse a conhecer sua nacionalidade.

 Curiosidade! Muitos pregadores dizem que  Mardoqueu é Tio de Ester, o qual a criou desde pequena. Mardoqueu, porém, não era tio de Ester e sim PRIMO. Eis o que diz a Bíblia: "Este criara a Hadassa (que é Ester, filha do seu tio), porque não tinha pai nem mãe, e era moça bela de parecer, e formosa à vista. e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha."(Ester 2:7).

     A confusão é criada por alguns por causa da referência ao TIO de Mardoqueu, Abigail. Veja:  "Chegando pois a vez de Ester, filha de Abigail, TIO DE MARDOQUEU (que tomara por sua filha), para ir ao rei ... " (Ester 2: 15).


     Mordecai e Ester eram exilados judeus na capital persa, onde provavelmente eram desprezados por causa da religião e da lei que tentavam seguir. Mas Ester com certeza ficou bem achegada a seu primo à medida que ele lhe ensinava sobre Jeová, o Deus misericordioso que muitas vezes no passado havia resgatado Seu povo de dificuldades e que faria isso de novo, (Lv.26.44-45).
     Naturalmente, surgiu um vínculo de afeto e lealdade entre Ester e Mordecai.
    
    O que sabemos sobre a infância de Ester, e por que ela teve de ir morar com seu primo Mordecai?
     Ester era órfã. Sabemos muito pouco sobre os pais dela. Eles lhe deram o nome de Hadassa, palavra hebraica para “murta”, um lindo arbusto de flores brancas. (O relato diz que “a moça era bonita de figura e bela de aparência”, Ester 2.7). A Bíblia apresenta um conceito equilibrado sobre a beleza, é algo agradável, mas precisa estar acompanhada de sabedoria e humildade. Senão, pode gerar vaidade, orgulho e outras características indesejáveis. 
    Quando os pais de Ester morreram, um de seus parentes, um homem bondoso chamado Mordecai, teve pena da criança. Eles eram primos, mas Mordecai era bem mais velho. Ele levou Ester para sua casa e cuidou dela como se fosse sua filha, (Ester 2.5-7,15). 

     Como Ester chegou ao trono?

     Assuero faz festas Reais. O Assuero fez um banquete a todos os seus príncipes e seus servos - Banquetes em tão grande escala, e que se estende por um período tão grande, (seis meses).
     A parte inicial desta festa, no entanto, parece ter sido dedicada à diversão, particularmente uma exposição da magnificência e os tesouros da corte, e foi fechado por uma festa especial de permanência de sete dias, dada dentro dos jardins do palácio real.
    Também a rainha Vasti fez um banquete para as mulheres - A comemoração foi dupla, pois, como de acordo com a moda oriental, os sexos não se misturam na sociedade, as damas da corte foram recebidas em um apartamento separado pela rainha. 10-12.
    No sétimo dia, quando o coração do rei alegre do vinho - À medida que os dias de festa avançados, o consumo foi mais livremente o espetáculo, de modo que o próximo era normalmente marcado por grandes excessos de folia, o rei mandou chamar a rainha Vasti.    

     Porque ela se recusou?  Vasti sendo idólatra e acostumada aos vícios da corte de Artaxarxes, não quis entrar, como objecto de demonstração, no banquete do rei. Era demais para ela.

   Vasti foi uma mulher corajosa, enfrentou a sua destituição, mas defendeu a sua dignidade de mulher. Quantas mulheres hoje serão capazes de agir em defesa dos valores cristãos?

    A rainha Vasti irrita o rei ao ignorar-lhe a ordem de comparecer a banquete dele para exibir sua beleza. Os conselheiros do rei o advertem de que as mulheres do reino seguirão o exemplo de Vasti e se rebelarão contra seus maridos. O rei decreta que Vasti não é mais a rainha.

    O rei então convida moças de todo o reino a virem perante ele para que possa escolher uma nova rainha. Mardoqueu, um judeu, que havia criado a filha órfa do seu tio, a encoraja a ir perante o rei.     O rei a escolhe para ser a nova rainha. No palácio ela exerce influencia para o bem. Sua influência positiva prepara o cenário para eventos que ocorreriam mais tarde.

     Em sua busca, os servos do rei notaram Ester. Eles a levaram da casa de Mordecai para o grande palácio, do outro lado do rio, (Ester 2.8).  Deve ter sido uma despedida muito difícil, pois Mordecai e Ester eram como pai e filha. Ele não queria que sua filha adotiva se casasse com um descrente, nem mesmo com um rei. Mas não havia nada que ele pudesse fazer. 
    Ester deve ter escutado com bastante atenção os conselhos de Mordecai antes de partir. Enquanto era levada para o castelo de Susã, muitas perguntas devem ter passado pela sua mente. Que tipo de vida a esperava?
    Assuero era bem diferente de tudo o que uma fiel moça judia esperaria de um marido. Ele não seguia o exemplo de homens como Abraão, que humildemente aceitou a orientação de Deus de escutar Sara, sua esposa, (Gn.21.12). 
    O rei sabia pouco ou nada sobre o Deus de Ester, ou sobre Sua Lei. Assuero, porém, conhecia a lei persa, que incluía uma lei que proibia exatamente o que Ester estava para fazer.  O quê? 
    A lei dizia que, se uma pessoa comparecesse perante o rei persa sem ter sido convocada por ele, estava sujeita à morte. Ester não tinha sido convocada, mas estava indo ver o rei mesmo assim. Ao se aproximar do pátio interior, de onde o rei no seu trono poderia vê-la, ela talvez achasse que estava caminhando para a morte, (Ester 4.11; 5.1). 

Assuero


     Pai de Dario, o Medo (Daniel 9.1) Filho e sucessor de Dario I ao trono persa (486-485 A.C.), conhecido na história secular como Xerxes.
  A descrição de seu caráter pelos historiadores contemporâneos concorda bem com a impressão que se tem ao ler a história de Ester, sua rainha. Ele possuía caráter fraco e era facilmente influenciado por seus cortesãos e suas esposas. Esdras 4.6 menciona como os samaritanos tentaram influenciar "Assuero", identificado por muitos como Xerxes, contra os judeu. Se o esforço foi bem-sucedido ou fracassou não se sabe.


A situação dentro do palácio


     Ester se viu num mundo totalmente novo e estranho para ela. Estava entre as “muitas moças” que haviam sido trazidas de diferentes lugares do Império Persa. Seus costumes, idioma e atitudes provavelmente variavam muito. 
   As moças foram colocadas sob a supervisão de um encarregado chamado Hegai e passariam por um extenso tratamento de beleza, um programa de um ano que incluía massagens com óleos perfumados, (Ester 2.8;12). Um ambiente e um modo de vida assim poderiam facilmente ter feito com que aquelas moças ficassem obcecadas pela aparência, além de gerar vaidade e competição. 

Mordecai

    Ninguém estava mais preocupado com Ester do que Mordecai. O relato mostra que todos os dias ele chegava o mais perto possível da casa das mulheres para saber se ela estava bem, (Ester 2.11).  À medida que conseguia algumas informações, talvez  por meio de servos cooperadores que trabalhavam ali, é provável que seu coração se enchesse de orgulho paternal. Por quê?
    Ester impressionou tanto Hegai que ele a tratou com muita bondade, dando-lhe sete servas e o melhor lugar na casa das mulheres. O relato diz até que “Ester ganhara continuamente favor aos olhos de todos os que a viam”. 

    Parece que Mordecai tinha algum tipo de cargo no castelo em Susã, visto que se sentava regularmente no portão com outros servos do rei, não sabemos se antes ou depois de Ester se tornar rainha, (Ester 2:19,21; 3.3).
    Figura notável do relato é a de Mordecai, judeu que conserva impoluta sua fé, apesar de viver na corte.
    Favorecido pela boa vontade do rei, não sonha, por um momento sequer, fazê- la valer em seu próprio benefício.
   Junto à sua sobrinha, serve- lhe de mentor espiritual e mantém desperta a sua consciência judaica. Não a deixa esmorecer ante o perigo e, a todo risco, obriga-a empreender a salvação de seu povo.
    Em virtude da denúncia de uma conspiração, Mordechai chegara a usufruir da intimidade do rei, conquistando para si, assim, a inimizade e a inveja do primeiro ministro Haman.


Haman

    Um homem chamado Hamã obteve destaque na corte de Assuero. O rei o nomeou primeiro-ministro, o que fazia de Hamã seu principal conselheiro e o segundo homem mais poderoso no império. O rei até mesmo decretou que quem visse esse alto funcionário deveria se curvar diante dele, (Ester3.1-4). 
   Para Mordecai, essa lei era um dilema. Ele sabia que devia obedecer ao rei, mas só quando isso não envolvesse desobedecer a Deus. O problema é que Hamã era agagita. Pelo visto, isso significava que ele era descendente de Agague, o rei amalequita executado pelo profeta Samuel, (I Sm.15.33). 
    Os amalequitas eram tão maus que se declararam inimigos de Israel. Como povo, eram condenados por Deus, (Dt.25.19). 
   Como é que um judeu fiel poderia se curvar diante de um amalequita? Mordecai nunca faria isso. Ele manteve sua posição. 

Hamã ficou furioso. 

    Tramar algo para matar apenas Mordecai não era suficiente. Ele queria exterminar o povo de Mordecai. Para convencer o rei a fazer isso, Hamã passou uma ideia negativa dos judeus. Sem mencionar nomes, deu a entender que eles eram insignificantes, um povo “disperso e separado entre os povos”. Pior ainda, Hamã disse que eles não obedeciam às leis do rei, ou seja, que eram rebeldes perigosos. Ele propôs doar uma enorme quantia ao tesouro do rei para pagar as despesas da chacina dos judeus no império. 
Assuero deu o seu próprio anel de sinete a Hamã para ele aprovar qualquer ordem que tivesse em mente, (Ester 3.5-10). 

     Em pouco tempo, mensageiros foram rapidamente a cavalo a cada canto do vasto império, levando o que resultaria numa sentença de morte para o povo judeu. 
     Imagine o impacto que essa proclamação deve ter tido ao chegar à distante Jerusalém, onde um restante de judeus, depois de voltar do exílio em Babilônia, lutava para reconstruir a cidade que ainda não tinha muralhas para se defender. 


A atitude de Mardocai


    Ao receber a terrível notícia, aflito, ele rasgou suas vestes, cobriu-se de pano de saco , colocou cinzas sobre a cabeça e ficou no meio da cidade clamando. Hamã, porém, sentou-se com o rei para beber, sem remorso pelo sofrimento que estava causando aos judeus e aos amigos deles em Susã, (Ester3.124.1).
 Mordecai sabia que precisava agir. Mas o que ele poderia fazer?
 Ester ficou sabendo da aflição dele e lhe enviou roupas.            Mordecai, porém, se recusou a ser consolado.  Mordecai enviou uma mensagem a Ester, implorando que ela intercedesse junto ao rei em defesa de “seu próprio povo”Ester 4.4-8.

   Ester ficou com medo de comparecer perante seu marido, o rei? Como indica sua resposta a Mordecai. Ela o lembrou da lei que dizia que comparecer perante o rei sem ser convocado significava pena de morte. O transgressor só seria poupado se o rei estendesse o seu cetro de ouro. E será que Ester podia esperar essa clemência, ainda mais depois do que tinha acontecido com Vasti quando se recusou a obedecer a uma ordem do rei? Ester disse a Mordecai que já fazia 30 dias que o rei não a chamava para comparecer perante ele.

    Mordecai respondeu com firmeza para fortalecer a fé de Ester.    Ele assegurou que, se ela não agisse, a salvação dos judeus viria de outra fonte. Mas como ela poderia esperar ser poupada quando a perseguição ganhasse força? Assim Mordecai mostrou sua profunda fé em Jeová, que nunca deixaria Seu povo ser exterminado nem Suas promessas sem se cumprir, (Js.2314).
   Depois, Mordecai perguntou a Ester: “Quem sabe se não foi para um tempo como este que atingiste a realeza?”(Ester 4.12-14)
  

A intervenção de Ester

   Havia chegado a hora de Ester tomar uma decisão. Ela disse a Mordecai para pedir que seus compatriotas se juntassem a ela num jejum de três dias. 
    Sua mensagem termina com uma declaração de fé e coragem que ficou registrada até hoje: “Se eu tiver de perecer, terei de perecer.” (Ester 4.15-17). 
   Finalmente, chegou o momento. Ela colocou sua melhor vestimenta real, fazendo tudo o que podia para agradar o rei. E então saiu ao seu encontro. Quando o rei a viu. Com certeza ele ficou surpreso, mas sua expressão facial se abrandou, e ele estendeu seu cetro de ouro!Ester  5.1,2
   Induzida por Mordechai, revelou ao rei sua condição de judia e conseguiu a anulação do decreto fatal. 


 Por ordem do Asuero, e em nome do rei com o selo real, Ester e Mardoqueo enviaram decretos oficiais a todas partes do reino para explicar a repentina mudança política real e para autorizar aos judeus a defender-se (8:9 -14; 9: 31, 32).

     Mas, não pararam aí as coisas: como uma vingança sarcástica, ordenou o monarca que o maléfico ministro fosse pendurado na mesma forca que preparara para o judeu Mordechai.

O Purim


    Purim é uma das oportunidades em que o bom humor da comunidade sobe ao nível mais alto.
    Os acontecimentos que esta festa relembra tiveram um curso tão inesperadamente favorável que a sua simples recordação já tem efeito contagioso e produz nos judeus de todos os tempos o mesmo trasbordamento de júbilo que em sua época provocaram esses episódios entre os judeus de Pérsia.
    Purim, celebrado em 14 de Adar, (fevereiro, Março), comemora um episódio da vida hebraica na Pérsia, e sua heroína é Ester.
    Purim tem seu nome da palavra Pur, que significa sorte, pois, por sorteio escolhera Haman o dia em que haviam de cumprir seus sinistros desígnios.

Celebração religiosa

     Precede a festa um dia de jejum, chamado jejum de Ester como recordação do perigo de vida que correram os judeus daquele tempo, nesse dia.
    O traço distintivo do ofício religioso de Purim é a leitura do livro de Ester - Meguilá - e a oração de Purim, de agradecimento pela milagrosa derrota de Hamán.
    Entre a família, a celebração de Purim caracteriza- se por duas tradições, a saber: mishloach- manot e seudá.

a) Mishloach – manot. Costuma-se mandar presentes aos familiares e amigos, como doces, frutas, e sobremesas.

b) Seudá. Consiste em ingerir o vinho, como recordação dos banquetes de Assuero e Ester, essa bebida deve correr generosamente nas ceias de Purim. 
     Atualmente, usa- se dar donativos pessoais, sob forma de dinheiro ou de artigos de primeira necessidade. Por causa destes donativos chega também às casas humildes um pouco de alegria de Purim.

c) A ceia de Purim. Consiste em uma refeição de caráter festivo, composta de pão feito com passas, uvas e açafrão. Com a sopa são servidos os creplach, porém o prato predileto são os homentash, que são comidos por último, são doces recheados com uma mistura de mel e sementes de papoulas.

d) Festas. Festas e alegria são mencionadas na Meguilá. Costuma-se preparar celebrações festivas para comemorar Purim.

e) Fantasias. Atualmente comemora-se nas escolas Purim com a realização de uma festa de fantasia, podendo também usar máscaras.

f) Máscaras. O uso de máscaras teve origem na França, onde usava-se máscaras de personagens bíblicos.

Os símbolos de Purim são:

- Purim: Símbolo de festa de libertação judaica.
- Leitzan: palhaço
- Oznei-Haman: doces
- Raashan: Reco-reco
- Masechá: máscaras


O nome de Deus

    O nome de Deus é estranhamente omitido, mas a presença de Deus é sentida em toda a história.
    A explicação está no fato do povo de Israel estar no cativeiro na Babilônia por causa de idolatria. De forma visível Deus não associou seu santo Nome com Seu povo sob disciplina.
     Entretanto, algo mais maravilhoso ficou registrado pelo Espírito Santo, o Autor das Escrituras, com respeito a esse assunto. O Dr. A. T. Pierson mencionou em um dos seus livros que o nome de Deus aparece quatro vezes no Livro de Ester em forma de acróstico.
    Em quatro pontos cruciais da história (1:20; 5:4; 5:13; 7:7), duas vezes para a frente e duas vezes em sentido inverso, o nome de Deus (YHWH) está presente.
    O judeu devoto certamente reconheceria isto, ao passo que os persas não. Pode ter sido desta forma que Deus tenha preservado o seu nome sagrado da perversão pagã.

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