A autoria do Pentateuco

Seu autor é Deus, mas foi escrito por Moisés.
Como Moisés tomou conhecimento de algo que não era de seu era?

Conhecimento por tradição. Deus comunicou a Adão esse conhecimento. Adão por sua vez comunicou a Matusalém, e este a Noé, e este a sem, e este a Abraão, e este a Isaque, esta linha de sucessão veio achegar a Moisés.

Conhecimento por revelação. Recebido do próprio Deus no monte Sinai. At.7:37,38

Conhecimento por formação. Conforme a arqueologia mostrou, porém, Moisés pode ter usado escrita hebraica antiga, hieróglifos egípcios ou escrita cuneiforme acádia. Muito antes de a arqueologia confirmar esse fato, Atos 7:22 informou os cristãos que Moisés era "educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras".
Quando dizemos que Moisés "escreveu" o Pentateuco, aceitamos a possibilidade de ele ter usado documentos mais antigos sobre Gênesis. Em algumas ocasiões, essas fontes são claramente identificadas (Gn 5.1; Nm 21.14); outras vezes, podem ser inferidas por mudanças nos estilos literários (Gn 1.1-2.3 com Gn 2.4-2.25). Acreditamos que profetas inspirados posteriores que sucederam Moisés na mediação da palavra de autoridade de Deus (Dt 18.15-20), atualizaram o texto em termos linguísticos e históricos e acrescentaram conteúdo, como Gênesis 36.31 e o relato da morte de Moisés (Dt 34.1-12).
Portanto, em relação à autoria do Pentateuco, tomando emprestada uma colocação de R. N. Champlin: “Facilmente Moisés poderia haver incorporado outros materiais, como códigos legais, poemas e relatos, e ainda assim ter sido o único autor-editor do Pentateuco.”
Resumindo. A tradição, tanto judaica como da Igreja, aceita que esses livros foram escritos por Moisés.

Mas, nem sempre foi aceito a autoria de Moisés!

A composição desta vasta coletânea era atribuída a Moisés pelo menos desde o começo de nossa era, e Cristo e os Apóstolos conformaram-se com esta opinião (Jo.1:45; 5:45-47; Rm.10:5).
Mas, em tempos relativamente recentes, a autoria mosaica do Pentateuco recebeu uma contestação. Baruch Spinoza, filósofo holandês de ascendência judaico-portuguesa, em 1671, começou a questionar a autoria mosaica como obra de um único autor baseado nas seguintes afirmações:

O aparecimento no texto de diferentes nomes de Deus,
Em Gênesis, que começa com uma dupla apresentação do relato da criação (1.1-3.24): enquanto que na primeira o Criador é chamado de Elohim, na segunda é chamado de YHWH Elohim.
Ao examinarmos apenas alguns capítulos do primeiro livro do Pentateuco, Gênesis, encontramos títulos tais como “o Deus Altíssimo”, “Produtor do céu e da terra”, “Soberano Senhor”, “Deus de vista”, “Deus Todo-poderoso”, “Deus”, “o verdadeiro Deus”, e “o Juiz de toda a terra”. (Gên. 14:18, 19; 15:2; 16:13; 17:1, 3, 18; 18:25).
Atribuir-se cada seção a um escritor diferente à base destes diferentes títulos de Deus dividiria o relato em fragmentos sem significado.

Estilo linguísticos e citação de fatos ainda não existente.
- Gênesis 36:31 indica que havia rei em Israel, algo que não existia na época de Moisés.
- Em Gênesis 14:14 dá--se o nome "Dã" à antiga cidade de "Laís", nome que lhe foi dado depois da conquista.
Pode-se atribuir isto a notas esclarecedoras, ou a mudanças de nomes geográficos arcaicos, introduzidas para tornar mais claro o relato. Provavelmente foram agregados pelos copistas das Escrituras, ou por algum personagem (como o profeta Samuel).
Não obstante, estes retoques não seriam de grande importância nem afetariam a integridade do texto.



Comentários